Elegant Objects, vol. 1 - I

Primeiras Impressões

Elegant Objects, vol. 1 - I


Primeiras Impressões
(série de 1 partes)

Elegant Objects, vol. 1 - I

Faz no mínimo uns 4 anos que queria ler Elegant Objects. O livro não é acessível ao povo de Pindorama por causa das politicas economicas da última decada. Mas eu não quero discutir como o dolar alto faz bem para o agro-negócio e para quem quer fazer freela na gringa, e faz um mau danado pro resto inteiro do país. Mas esse ano tomei coragem e comprei! E depois encontrei ele baratinho num sebo… 🤦‍♂️

pindorama [pindorama] SUBSTANTIVO

  1. país ou região das palmeiras
  2. nome que os ando-peruanos e populações indígenas pampianas dão ao Brasil

Ao abrir o livro já me deparo com o impacto que ele teve na comunidade. Talvez você não saiba diretamente, mas ele resume muito do que mudou em Orientação a Objetos nos últimos anos. Não sei dizer se ele é a origem dessas novas ideias, mas é uma fonte confiável de como podemos pensar os objetos.

O livro também inova por ser multimeios, enquanto você lê ele no papel (eu gosto de papel, me julgue!), você pode ler mais conteúdo no blog.

Nesse post, vou fazer um pequeno resumo do capítulo colocando o link do blog. Se você conhecer um pouco de inglês, pode tentar ler no original.

Objetos e Construtores

O primeiro capítulo vai procurar discutir como usar construtores e objetos. Quais seriam as regras de boas práticas a se fazer um construtor? Como podemos otimizar um construtor? É um capítulo curto.

Objetos são seres vivos. Eles tem um ciclo de vida e devem ser antropomorfizados. Por isso o autor chama objetos de ELE. Calma lá! Ele coloca objetos no masculino para não falar mau de algo no feminino. É irônico nessa hora, porque ele crê que objetos devem ser culpados de muitas coisas e para fazer isso sem ser injusto deve falar do próprio genero.

Assim, se nós não entendemos o que um objeto sigifica ou qual o papel dele, a culpa é do objeto. Vai na conta do objeto ser de fácil entendimento, ele deve ter manutenibilidade.

O primeiro ponto a ser levado em conta é a natureza da classe. As vezes se diz que uma classe é um template de um objeto. Na verdade a classe é a essência do objeto. Ela quem cria os objetos e define o seu comportamento. Assim quando for criar uma classe, ela sempre deve ser nomeada por aquilo que ela representa e não aquilo que ela faz (Don’t Create Objects That End With -ER).

Um exemplo do que está sendo dito pode ser descrito pela classe abaixo:

public class CashFormatter {
    private int dollars;
    public CashFormatter(int dlr) {
        this.dollars = dlr;
    }

    public String format() {
        return String.format("$ %d", this.dollars);
    }
}

Ora, a classe acima é nomeada pelo seu comportamento, mas ela acaba sendo limitada por ele e não consegue nem entregar a funcionalidade completa, pois acaba se limitando a formater em dolares apenas. Essa classe pode ser extendida para representar algo e seus métodos podem representar o comportamento.

public class Cash {
    private int dollars;
    public Cash(int dlr) {
        this.dollars = dlr;
    }

    public String usd() {
        return String.format("$ %d", this.dollars);
    }
}

Outro ponto a ser levado em conta é a natureza do construtor. O que é um construtor? Na verdade um construtor é nada mais do quem um Factory Method de um tipo de objeto só, assim podemos ser muito mais expressivos criado Factory Methods em alguns casos.

Java possibilita o overload de construtor. Isso significa que uma mesma classe pode ter inúmeros construtores com parâmetros diferentes. Eu pessoalmente não gosto dessa abordagem, porque não é intuitivo, prefiro usar métodos estáticos para inicializar tornando todos os contrutores privados. Mas o autor defende que deve haver apenas um construtor primário por outros motivos (There Can Be Only One Primary Constructor). Para ele é mais fácil dar manutenção a um código onde todos os construtores fluem para apenas um, como o exemplo abaixo.

public class Cash {
    private int dollars;

    public Cash(float dlr) {
        this((int) dlr);
    }

    public Cash(String dlr) {
        this(Cash.parse(dlr));
    }

    public Cash(int dlr) {
        this.dollars = dlr;
    }
}

E por fim, construtores não deve ter código, somente a inicialização das variáveis. No subtópico Constructors Must Be Code-Free, ele defende que construtores sem código são melhores por dois motivos. O primeiro é que a JVM pode otimizar a criação do objeto. E o segundo é que todo processamento pode ser procrastinado até quando for necessário. Vamos ver um exemplo usando a classe Cash?

public class Cash {
    private Number dollars;
    public Cash(Number dlr) {
        this.dollars = dlr;
    }

    public String usd() {
        return String.format("$ %d", this.dollars.intValue());
    }
}

Para que essa classe aceite valores em String, podemos criar a classe StringAsInteger.

public class StringAsInteger implements Number {
    private String text;
    public StringAsInteger(String txt) {
        this.text = txt;
    }

    public int intValue() {
        return Integer.parseInt(this.text);
    }
}

Assim ao usar um parâmetro String, esse só será parseado quando necessário. No exemplo, ele pode até ser parseado mais de uma vez, se tornando não ótimo, mas é apenas um exemplo. Em códigos da vida real, um cache pode ser implementado.

Cash cash = new Cash(new StringAsInteger("5"));
cash.usd();

Conclusão

O primeir capítulo conclui que objetos devem ser antropomorfizados, fazendo isso vamos melhorar o entendimento do seu funcionamento. Classes são a essência do objeto. Construtores são Method Factories para objetos de uma classe, devem não ter código e por fim devem sempre ser direcionado a apenas um.

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