Eita! Minha submissão foi aceita no #TheDevConf para a apresentação sobre Diversidade Cultural! E agora?! Preciso transformar 20 anos de experência em uma apresentação. O que devo fazer?
Vamos lá detalhar os planos… Primeiro eu devo mostrar que temos sim diversidade cultural em um pais de dimensões continental. Aliás, a distância que eu estou hoje do lugar que nasci, é maior do que de Moscou a Paris! Você trataria com um russo igual como se dirige a um francês? Porque você não se preocupa quando lida com um piauiense?
Como segundo passo devo apresentar algumas dificuldades que são normais em ambiente culturalmente diversos. Nós temos, por natureza, a tendência de se aproximar dos iguais e isso pode impactar muita coisa. Então vou apresentar um conceito muito interessante, mas não da abordagem mais comum. O preconceito linguístico já é um termo bem comum e somos apresentados a ele faz uns 20 anos. Já tentaram até “traduzir” Machado de Assis (sou contra!), mas você já parou pra pensar como ele atua no subconsciente. Como você julga a pessoa sem racionalmente julgar. Vou mostrar exemplos de hoje.
Escolhendo uma bibliografia
Não é da minha índole apresentar algum conteúdo sem uma boa base. Por isso vou me propor a ler alguns textos.
Vou começar pelo artigo Desenvolvimento regional: a diversidade regional como potencialidade de Virginia Elisabeta Etges e José Odim Degrandi. Esse artigo parecer dar uma boa base de como ver as potencialidades de uma região. Nossa cultura TEM QUE SER plural, não podemos homogenizar o Brasil. Se a diversidade cultura fosse visto como potencial e não problema, eu não teria me esforçado por anos para apagar meu sotaque.
Como continuação, vou apresentar uma nova perspectiva do preconceito linguístico. O que o nosso subconsciente construir sob a imagem do outro. Descobri que isso tem muita relevância quando vim um post no Instagram sob um personagem do BBB. Que fique claro que nunca assisti esse programa e ne julgo quem assiste, mas minha esposa me enviou porque os comentários sob uma pessoa eram condizentes com os feedbacks que eu recebia nas antigas empresas que trabalhei (antes de apagar meu sotaque). Vou aqui reproduzir um trecho que ele cita de um livro o qual acabei de comprar chamado Preconceito Linguístico de Marcos Bagno.
também existe o preconceito contra a fala característica de certas regiões. É um verdadeiro acinte aos direitos humanos, por exemplo, o modo como a fala nordestina é retratada nas novelas de televisão, principalmente da Rede Globo. Todo personagem de origem nordestina é, sem exceção, um tipo grotesco, rústico, atrasado, criado para provocar o riso, o escárnio e o deboche dos demais personagens e do espectador. No plano linguístico, atores não nordestinos expressam-se num aremedo de língua que não é falada em lugar nenhum do Brasil, muito menos no Nordeste. (p. 43-44)
Continua…
Porque o que está em jogo aqui não é a língua, mas a pessoa que fala essa língua e a região geográfica onde essa pessoa vive. Se o Nordeste é “atrasado”, “pobre”, “subdesenvolvido” ou (na melhor das hipóteses) “pitoresco”, então, “naturalmente”, as pessoas que lá nasceram e a língua que elas falam também devem ser consideradas assim…
Muito provavelmente você não tem ideia da maneira como preconceito pode aparecer, mas vou tentar rapidamente apresentar.
Proposições
Por fim, não quero transformar a apresentação em apenas lacração e citações de artigos e livro. Quero que ela tenha um lado prático. Vou me esforçar para que você que a verá saiba como identificar situações onde o preconceito está operando e como podemos reduzir os impactos dele.
Minha cabeça já está a mil hoje. Muita coisa boa será apresentada em apenas 35 minutos.